MONARQUIAS
ABSOLUTISTAS
1. Conceito de absolutismo monárquico
Passada a Idade Média, iniciou-se
a Época Moderna, mas muitas cerimônias políticas de origem medieval
permaneceram sem quase nenhuma mudança. No entanto, uma das diferenças que
existia era entre monarcas modernos e reis medievais.
O rei medieval, apesar de ter um poder, dependia de
exércitos para ampliá-lo em outros territórios. Já o monarca moderno possuía
mais poder do que qualquer pessoa. Sendo considerado “senhor de todos os
senhores”, construía seu governo com base em um exército permanente e uma vasta burocracia.
De fato, o crescimento do
comércio, o aumento de impostos e a invenção da imprensa foram fatores
essenciais para essa mudança política. Além disso, a igreja católica passava
por uma crise devido ao , a
qual fragilizava o poder dos papas, contribuindo assim para a formação de quadros
burocráticos.
Portanto, essa monarquia se
caracteriza pela concentração de poder na figura do rei, e foi, no século
XVIII, nomeada “absoluta” inspirada em Voltaire.
2. Absolutismo e intolerância
religiosa: Espanha
Na Espanha, a centralização do
poder monárquico teve resistência de parte da nobreza e precisou enfrentar
vários regionalismos socioculturais da península.
Durante a maior parte do século
XV, a região da Espanha era um conjunto de reinos independentes que haviam se
formado ao longo da guerra de Reconquista cristã:
Galícia, Astúrias, Leon, Castela, Navarra, Aragão e Catalunha; enquanto no
extremo sul o Reino de Granada era dominado pelos mouros.
As diversidades entre os reinos
eram muitas, tais como língua, costumes e religiões. A península Ibérica era a
região europeia que mais abrigava judeus e muçulmanos, mas a maioria da
população era cristã. Em todos os reinos, os muçulmanos e judeus podiam manter
seus costumes, desde que pagassem taxas aos reis cristãos.
O passo mais importante para a
formação de um Estado unificado na região foi o casamento do rei Fernando de
Aragão com a rainha Isabel de Castela, em 1469. Com isso, o reino espanhol
reuniu forças para completar a expulsão dos muçulmanos e, com a ajuda da
burguesia, lançar-se às grandes navegações marítimas.
Essa união foi a base da chamada Monarquia dos Reis Católicos, conjunto de territórios que estiveram sob soberania de Reis
Católicos e seus sucessores, desde que os primeiros receberam o título de Majestades Católicas.
A inquisição espanhola
Em 1478, com a autorização do
papado, foi instituída a Inquisição espanhola, incumbida de perseguir, julgar e
punir os recém- convertidos ao catolicismo que fossem de origem judaica. Estes,
apesar de batizados cristãos, eram suspeitos de manter secretamente a prática
do judaísmo.
Durante esse período, milhares de
“cristãos novos” foram queimados nas fogueiras inquisitoriais. Em 1492, a Coroa espanhola
expulsou todos os judeus do reino. No mesmo ano, os Reis Católicos
conquistaram Granada, o último domínio muçulmano na península.
Em 1502 foi decretada a conversão
forçada dos muçulmanos ao cristianismo, que passaram a ser conhecidos
como mouriscos. Ainda assim as perseguições continuaram, de modo que em 1609 a Coroa decretou
expulsão deles no reino.
Portanto, a formação da Espanha
baseou-se na construção de uma unidade religiosa, que superava
diversidades culturais, linguísticas e institucionais existentes na península.
Sob o domínio de
Castela
A monarquia espanhola foi
unificando as instituições do reino, pesos e medidas, leis e códigos, mas
mantendo os privilégios da nobreza e a sujeição dos camponeses às grandes casas
aristocráticas (classes sociais superiores) com o apoio da Igreja e com um
forte exército profissional.
A unificação espanhola não deixou
de ser, em grande parte, uma imposição de Castela sobre os demais reinos e
províncias da península. A própria língua castelhana se sobrepôs às demais
línguas peninsulares, embora a Coroa não as tenha suprimido.
Em 1516, começou o reinado de
Carlos I de Habsburgo, quando o absolutismo espanhol avançou bastante. Em 1519,
ele assumiu também o Sacro Império Romano-Germânico,
com o título de Carlos V. Seu filho, Felipe II se tornou o mais poderoso
soberano da Europa no século XVI, em 1556. Em seu reinado, os espanhóis
venceram os turcos na batalha naval de Lepanto e
também se anexaram Portugal, formando a União Ibérica, que durou até 1640. A fonte de tanto
poder, entretanto, vinha da América, que abastecia a Espanha de metais
preciosos.
3. Absolutismo monárquico: França
O modelo de absolutismo
monárquico teve grande ascensão na França. Este regime se consolidou no país em
resposta às crises políticas e sociais que resultaram das guerras entre os
séculos XVI e XVII. Sendo assim, a centralização do poder real foi vista como
necessária resolver os empecilhos da época. Além disso, o fim da Guerra dos Cem
Anos, na qual a França saiu vitoriosa e com um exército fortalecido e
permanente, também foi um dos fatores que impulsionaram o absolutismo francês.
Nessa época, a Dinastia que
reinava na França era a dos Valois. O primeiro monarca absolutista na França
foi Luís XI, que procurou afirmar sua autoridade diante da nobreza e do clero e
estendê-la por todos os territórios da França.
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Luís XI |
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Henrique IV |
Após a morte de Henrique IV, quem
assumiu o poder como ministro foi o cardeal Richelieu, visto que Luís XIII, o
sucessor do trono, ainda era muito novo. O cardeal foi responsável por conduzir
a França para a Guerra dos Trinta Anos.
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Cardeal Richelieu |
Guerra dos 30 anos
A Guerra dos 30 anos ocorreu
entre 1618 e 1648, na região que abrangia o Sacro Império Romano-Germânico, além de uma série de países próximos
a área.
O conflito surgiu, sobretudo, de intrigas religiosas entre o Catolicismo e o
Protestantismo. No entanto, disputas territoriais e entre monarquias europeias
também motivaram tal cenário.
Esta guerra é dividida em quatro
períodos, mas França entrou no conflito apenas a partir do Período Sueco. O
cardeal Richelieu, governante do país na época, queria impedir a expansão do Sacro
Império Romano Germânico pela Europa. O império estava lutando ao lado dos
católicos, o que levou o cardeal apoiar secretamente os protestantes.
Em 1635, os franceses declaram guerra
a Dinastia Habsburgo. Por fim, foi assinado o Tratado de Vestfália, que
permitia a liberdade de culto a protestantes e católicos. Este também acarretou
no fortalecimento da importância política sob a religiosa nos Estados,
diminuindo a influência de Igrejas e centralizando ainda mais o poder do
monarca.
Luís XIV, o Rei Sol
Conhecido como Rei Sol, Luís XIV
governou a França de 1643 a
1715, época em que promoveu mudanças nos costumes franceses e organizou a
política, a economia e a militarização de seu país. Ele foi nomeado rei com apenas
5 anos, mas começou a exercer esse papel de fato em 1661.
Durante seu reinado, houve a
construção do Palácio de Versalhes, foram estabelecidas novamente perseguições
contra protestantes e declaradas guerras contra países próximos, tais como
Holanda e Espanha.
Luís XIV conduziu seu governo sem
qualquer repartição de poder, acabando com o cargo de primeiro-ministro. É
considerado um dos maiores nomes do Absolutismo devido sua ordem
político-social. A sua célebre frase “L'État c'est moi”, que significa “o
Estado sou eu”, sintetiza o período em que governou.
4. Absolutismo sob contrato: Inglaterra
O poder na Inglaterra,
tradicionalmente, era governado por uma monarquia, mas limitado por uma
assembleia de representantes. Essa limitação vinha de um documento que exigia
consulta ao Parlamento para governar, a Carta das Liberdades.
Em 1509, Henrique VIII assumiu o
trono após a morte de seu pai, Henrique VII (fundador da Dinastia Tudor). Isto
representou o triunfo do absolutismo, visto que ele foi responsável por uma
reforma religiosa, separando o governo do papado e fundando a igreja anglicana.
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Henrique VIII |
Em 1553, Maria I assumiu a administração impondo o catolicismo e perseguindo muitos protestantes, incluindo alguns membros do clero anglicano. Em 1558, Maria I morreu e Elizabeth I sucedeu, tentando restaurar a influência da igreja anglicana e centralizando o poder. Foi no seu reinado que a Inglaterra iniciou a expansão marítima na América do Norte.
Em 1625, Carlos I passou a
governar e multiplicou os impostos sem consultar o Parlamento. Ele tentou uma
política de uniformização de ritos nas igrejas com base no anglicanismo. Nesse
período, o rei fortaleceu o absolutismo e consequentemente ocorreram diversas
revoltas por parte das classes sociais e do Parlamento. Oliver Cromwell
torna-se então um líder da Revolução Inglesa.
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Oliver Cromwell |
Em 1640, ocorreu a guerra civil inglesa. Carlos I, no ano de 1649, foi
condenado à morte por tramar invasões na Inglaterra com a ajuda escocesa.
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Uma testemunha ocular da execução do rei Carlos I em 1649 |
Cromwell destacou-se e passou
governar sem ser um rei legítimo. A Inglaterra alcançou muito economicamente.
Cromwell dissolveu o próprio Parlamento e criou outro com militares, o que
gerou a insatisfação da população.
A coroa em 1689 foi assumida por
Guilherme de Orange e sua esposa, Maria Stuart que aceitaram a declaração de direitos. A Revolução Gloriosa causou o fim do absolutismo e estabilidade política e
econômica.
- Conclusão
O Absolutismo teve seu fim em 1789, durante a Revolução
Francesa, após a Queda da Bastilha. O principal motivo foi o descontentamento
da burguesia, que se sentia impotente e injustiçada pelo rei. Nessa época,
qualquer um que se posicionasse contra as vontades do rei era ou morto, ou
mandado para a Bastilha, uma espécie de prisão política da monarquia. Diante
disso, a população se revoltou e atacou a prisão, com o intuito de acabar com
um dos mais importantes símbolos do Absolutismo e de roubar seu armamento. Os
revolucionários tinham como lema “Igualdade, Liberdade e Fraternidade” e,
agindo de forma violenta e intensa, conseguiram expulsar grande parte da
nobreza do país.Diante dessa situação, a família real tentou escapar, mas foi
capturada e levada a guilhotina, em 1793. Com a vitória dos revolucionários,
foi promulgada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que propunha
mais participação política popular e direitos aos cidadãos. Nos dias de hoje,
em grande parte do mundo, foi adotada a separação dos poderes na chamada
corrente tripartite, dividida em:Legislativo - tem como função ordenar e criar leis. Em muitos
países europeus, como na França e na Espanha, o Parlamento faz parte do poder
legislativo.Executivo - onde, no âmbito federal, atua o presidente, no
âmbito estadual, o governador e no municipal, o prefeito. Ele tem o dever de
governar o povo e administrar o interesse público, seguindo a Constituição.Judiciário - é exercido pelos juízes e tem o dever de julgar
com base nas leis criadas pelo legislativo e pela Constituição.
Bibliografia:
1. HISTÓRIA 1 ensino
médio, Editora Saraiva. “Monarquias absolutistas”- “Conceito de absolutismo
monárquico” (pg 205).
HISTÓRIA 1 ensino
médio, Editora Saraiva. “Monarquias absolutistas”- “Absolutismo e intolerância
religiosa: Espanha” (pg 206-209).
HISTÓRIA 1 ensino
médio, Editora Saraiva. “Monarquias absolutistas”- “O modelo de absolutismo
monárquico: França” (pg 210-214).
4. https://pt.wikipedia.org/wiki/Absolutismo_na_Inglaterra
HISTÓRIA 1 ensino médio, Editora Saraiva. “Monarquias absolutistas”-
“Absolutismo sob contrato: Inglaterra” (pg 214-216).
Grupo:
- Catarina Heil
- Helena
- Isabela Pimentel
- Maria Eduarda
- Rafaela
- Raian
Os textos e suas devidas explicações estão ótimos, com um linguagem simples de se entender a matéria e usufruir suas informações, porém, senti a falta de determinados tópicos. Como por exemplo a Guerra das Duas Rosas, de onde se originou a Dinastia Tudors e também o Carlos I que instaurou na Inglaterra um regime republicano, a República Puritana e etc.
ResponderExcluirPrimeiramente, o grupo agradece pelas observações, May e deixamos nossos pedidos de desculpa. Desse modo, vale mencionar a GUERRA DAS DUAS ROSAS que foi um Conflito Civil ocorrido na Inglaterra entre duas famílias nobres: Casa de York (Rosa Branca) e a Casa de Lancaster (Rosa Vermelha) que apoiava Henrique Tudor. Nessa batalha ele saiu vitorioso contra Ricardo III, de York, e assumiu o trono Inglês, já que era o motivo da Guerra. Esse fato pode não ter sido apresentado com detalhes no segundo parágrafo do tópico 4.
ExcluirSobre o REGIME REPÚBLICANO... Carlos I foi julgado e executado por tramar planos com o governo escocês (traição) em 1649. Depois disso a monarquia foi abolida e a república declarada. Porém, em 1660 a monarquia foi restaurada por seu próprio filho, Carlos II.
Já a REPÚBLICA PURITANA foi um movimento que aconteceu na Inglaterra com a petição dos direitos de Carlos I. Esse movimento deu origem a República, tendo como líder Oliver Cromwell.
O trabalho está muito bem explicado, detalhando os fatores mais relevantes. Com texto numa linguagem adequada à proposta e rico em imagens, que trazem maior clareza aos assuntos retratados. Aqui vai uma síntese das partes que mais me interessei, com o acréscimo de alguns detalhes: a existência dos monarcas modernos teve grande importância para a formação dos Estados europeus, como diferentes regiões tiveram seu poder unificado por um único monarca absolutista. Antes dessa configuração sócio-política, o rei não tinha o poder político tão fortalecido, eram os líderes regionais, os senhores feudais, os responsáveis por exercer suas convicções e valores. Porém esses senhores feudais nobres, dada a perda de influência, contudo com a avidez de manter o status social, transformaram-se em uma classe parasitária, que era sustentada pelo monarca. Esse fato é um dos contribuintes para a Revolução Francesa, como os franceses se viam obrigados a pagar tributos muito altos, acusando essa nobreza isenta de impostos de viver às custas do reino.
ResponderExcluirObrigado por comentar
ExcluirEssa menção aos senhores feudais como classe parasitária, também contribuinte para a então Revolução Francesa, realmente se faz ausente e agradecemos a sua observação.
A obra está muito bem escrita e apresenta uma exelente linguagem, e o uso de figuras e ilustrações para maior entendimento foi de muita ajuda, a obra também apresenta diversos links para que possa haver um aprofundamento em algum tema mais específico se for de vontade do leitor, deixo além dessa nota os meus parabéns ao grupo responsável.
ResponderExcluirMeus sinceros agradecimentos pelo comentário xD
ExcluirO texto foi muito bem elaborado,exibindo uma linguagem de fácil entendimento,apresentando os fatos mais importantes da história e os explicando com muita clareza.
ResponderExcluirAgradecemos o comentário :)
ExcluirO trabalho está muito bem elaborado, tem uma linguagem simples e bem fácil de entender. Eu gostei bastante do uso das imagens e dos links. O trabalho está bastante assegurado.
ResponderExcluirMuito obrigado, ficamos feliz que tenha gostado :)
ExcluirUm dos melhores trabalhos, na minha humilde opinião. Ele foi claro e objetivo e, por ser no formato de tópicos, tornou-se extremamente didático e fácil de ser compreendido. Usarei como um material complementar ao estudar essa matéria. Por ser ligado a hiperlinks, o trabalho tornou-se mais completo e até mesmo mais interessante, por deixar disponíveis dados informativos para pessoas com maior interesse pelo assunto. Parabéns ao grupo.
ResponderExcluirFicamos extremamente gratos com comentários assim :)
ExcluirO trabalho ficou muito bom, mostrou claramente
ResponderExcluirseu objetivo e abrangeu partes importantes da
história. Contando com alguns elementos supresa
como links, querendo despertar ainda mais a curiosidade e o interesse dos estudantes. ASS:Sarah Rimilly
Muito obrigado :)
ExcluirTrabalho muito bem elaborado e com muitos detalhes bons. Linguagem muito boa e fácil de engender. Ótimo trabalho!
ResponderExcluirAgradecemos :)
ExcluirTrabalho bem elaborado e com links para ajudar. Muito bem feito!
ResponderExcluirO trabalho está muito bom, ele é claro, direto, e com uma linguagem simples o que ajuda a entender melhor o tema, gostei de terem posto imagens de personagens importantes do tema, isso ajuda o aluno a ter uma certa ideia de como era o tempo naquela época, é uma ótima fonte de pesquisa, parabéns ao grupo.
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